Quem faz o gol merece o crédito, mas gol é feito sozinho?

Estamos num mês que para nós, brasileiros, é uma festa e uma adrenalina. Copa do Mundo de Futebol. Campeonato mundial de futebol e todos estão se preparando para torcer, atuar como técnicos e opinar sobre qual o melhor time, jogador, escalação… É, somos o país do futebol. Ganhar um jogo, um campeonato, requer mais que um jogador que coloque as bolas no gol, é preciso um time. Um grupo de pessoas que saibam seu lugar no campo, corram atrás da bola e lembrem que, se não dá pro gol ser feito por aquele que tem a bola no momento, levantem os olhos, e, com visão, passem pra quem pode marcar.

Na celebração do gol, a assinatura de um jogador pode aparecer na tela de sua TV, mas ele começa a ser desenhado nos bastidores. Cada membro do time, desde a equipe técnica, vestuário até os jogadores, contribuem para aquele momento de glória, de euforia.

Um time se faz colaborativamente. Está aí o último C das habilidades do século 21. Colaboração. Mas o que é mesmo isso? São muitas micro-habilidades que compõem esse saber tão importante neste século 21. Trabalhar colaborativamente é se sentir dono do que está sendo construído. A partir daí, ter um senso de responsabilidade de que você tem que fazer acontecer, fazer sua parte para que, junto com as partes dos outros membros, o objetivo seja alcançado.

Esse é um dos conceitos mais difíceis de entender porque ele está intrinsecamente ligado à vontade, ao querer fazer acontecer. Esse querer requer elementos muito importantes: visão compartilhada, honestidade, estrutura.

A visão compartilhada traz o entendimento do bem maior, da construção do time porque todos têm o mesmo objetivo. Num time, para fazer acontecer, é preciso que haja um constante trabalho de avaliação do processo, que se pense e observe honestamente o que está funcionando e o que não está. Tendo por base a avaliação constante, os membros do time podem tomar decisões. O processo de tomada de decisões em um time requer escuta ativa, exercício de humildade e liderança. A liderança no século 21 escuta os membros da equipe, pondera e guia o time rumo à caminhada em conjunto. O mesmo que o capitão de uma seleção faz. Ele pondera, usa de sabedoria e aprende junto. A ele cabe a difícil arte de delegar e conhecer os demais membros da equipe, buscando fortalecer a sensação de dever cumprido em time. Cumprir uma tarefa em equipe requer que os objetivos sejam estabelecidos por todos os membros do time, tendo a visão compartilhada como fundamento. A divisão de tarefas e responsabilidades e o gerenciamento do tempo também são essenciais para que se chegue ao resultado esperado. Lidar com frustrações em equipe também é um aprendizado e exige que se tenha resiliência, para ver o aprendizado com erro como algo importante para o acerto.

A escola do século 21 proporciona atividades que estimulam esses aprendizados. Todas as expressões em negrito compõem as micro-habilidades necessárias para o desenvolvimento da colaboração. Vivenciá-la em sala de aula é cultivar a semente do trabalho colaborativo e da raiz humana: nascemos e morremos sós mas não aprendemos e desenvolvemos sozinhos. Precisamos do outro. No outro nós fazemos melhor para o melhor.

No trabalho colaborativo não há espaço para egos, mas sim a certeza de que a unicidade de cada membro trará contribuições imensuráveis para o processo. Sim, o processo. Ele é o construtor do resultado e, acima de tudo, do aprendizado.

A multi-ethnic soccer team full of elementary age children are cheering together after winning their game. They have their arms raised up in the air victoriously.

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