O papel das emoções na aprendizagem de uma segunda língua

Muito mais do que um corpo físico formado por células, água e componentes químicos. Cada ser humano é também o resultado de experiências, relações sociais, memórias, esperança e, sobretudo, emoções. Somos movidos por elas! Alegria, tristeza, raiva, medo, entusiasmo e tantas outras fazem parte da nossa natureza e influenciam diretamente a forma como aprendemos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. 

Isso significa que aprender a reconhecer, compreender e lidar com as emoções é essencial para o nosso desenvolvimento integral – o que envolve tanto a vida pessoal quanto os aspectos acadêmicos e profissionais. Dito isso, que tal aprofundarmos nosso olhar para o campo acadêmico, mais especificamente para o aprendizado de uma nova língua? 

Emoções x aprendizado: o que a ciência diz? 

Diferente do que muita gente pensa, aprender um idioma – como o inglês, por exemplo – não se resume a decorar palavras, conjugar verbos ou seguir regras gramaticais. A aprendizagem é um processo contínuo de imersão, que envolve identidade, cultura, interação e emoções. Afinal, ninguém aprende de forma plena se não se sente acolhido, confiante e motivado, não é mesmo?! 

Sejamos sinceros: quem nunca ficou com receio de falar inglês e ser corrigido ou mal interpretado? Esse tipo de sentimento é totalmente natural. A insegurança diante de um idioma que não é a língua materna, a ansiedade de falar em público, a vergonha e o medo de errar são barreiras emocionais muito comuns, mas que podem ser superadas. Quando o estudante tem acesso a um ensino de excelência e se sente valorizado e apoiado, sua autoestima cresce, a confiança aumenta e o aprendizado acontece de forma mais natural. 

Para se ter uma ideia, pesquisas em neurociência e psicologia educacional mostram que emoções positivas, como segurança e autoestima, estimulam áreas do cérebro ligadas à memória e à motivação, favorecendo a aprendizagem. Enquanto isso, sentimentos como ansiedade, medo de errar ou insegurança podem dificultar a fluência, já que bloqueiam a participação ativa do estudante em sala de aula. 

Em outras palavras, aprender uma segunda língua é também um exercício de autoconhecimento e gestão emocional. Quanto mais equilibrado o estudante estiver em relação às próprias emoções, maior será sua capacidade de se abrir para novas culturas, novos aprendizados e novas formas de comunicação. 

O papel do acolhimento no processo de aprendizagem de um segundo idioma 

Um ambiente escolar acolhedor, no qual o erro é visto como uma parte natural do processo de aprendizagem, é fundamental para que os estudantes desenvolvam a confiança necessária para se arriscar na comunicação em um novo idioma. Quando o professor valoriza o esforço, celebra os avanços – mesmo que pequenos – e não foca apenas nos acertos, cria-se um clima de confiança que torna a aprendizagem mais leve, prazerosa e significativa. 

Além disso, o acolhimento abre caminho para a curiosidade, a vontade de experimentar e a coragem de se aventurar por novos horizontes – aspectos essenciais para que o aprendizado se torne mais conectado à realidade. Em um ambiente seguro, os alunos se sentem encorajados a interagir, trocar ideias e construir conhecimento de forma colaborativa. 

Em outras palavras, aprender um segundo idioma vai muito além das regras gramaticais: exige também empatia, respeito e apoio mútuo, para que cada estudante encontre confiança em sua própria voz e se abra a novas formas de comunicação e cultura. 

A importância da autoestima e do protagonismo para o aprendizado  

Cada conquista, por menor que pareça, tem um impacto enorme no processo de aprendizagem. Quando os alunos percebem que conseguem compreender uma música em inglês, ler um pequeno texto, participar de uma breve conversa ou assistir a um desenho ou filme no idioma – seja com legenda ou até mesmo sem -, sua autoestima se fortalece. Esse sentimento de realização e orgulho pelo próprio avanço se transforma em combustível para seguir em frente e acreditar em seu próprio potencial. E isso é incrível, não é mesmo?! 

Mais do que isso, esse reconhecimento desperta o protagonismo do estudante. Ele deixa de enxergar a língua inglesa como uma obrigação escolar e passa a entendê-la como uma ferramenta real e concreta de comunicação, capaz de abrir portas para novas experiências, culturas e oportunidades. 

E é justamente nesse equilíbrio entre autoestima e protagonismo que o aprendizado ganha ainda mais significado e conexão com a vida real. 

O apoio da família realmente faz diferença? 

Sem dúvida, a participação da família tem um peso fundamental no processo de aprendizagem de um segundo idioma. Mesmo que os pais ou responsáveis não sejam fluentes na língua, pequenas atitudes no dia a dia podem gerar um impacto enorme: incentivar o filho a assistir a filmes ou ouvir músicas em inglês, valorizar cada conquista, demonstrar interesse em aprender junto e celebrar até as menores vitórias. 

Além de fortalecer a autoconfiança e a motivação dos filhos, essas atitudes mostram que eles não estão sozinhos nessa jornada. Muito mais do que um apoio prático, esse suporte afetivo acaba criando uma rede de segurança emocional – algo indispensável para que o aprendizado aconteça de forma natural. 

E mais: quando a família se envolve ativamente – seja de maneira prática ou emocional – no processo de aquisição da língua inglesa, o idioma deixa de se limitar à sala de aula e passa a integrar a rotina do estudante, tornando tudo mais próximo e natural. Isso fortalece o vínculo entre pais e filhos, transforma o aprendizado em uma experiência compartilhada e ainda reforça o protagonismo do estudante. 

Muito além da fluência 

No fim das contas, aprender uma nova língua não é apenas um exercício intelectual, mas sim uma jornada que envolve coragem, autoestima e apoio constante. Ao integrar o desenvolvimento socioemocional ao processo de aprendizagem, criamos não só estudantes mais fluentes, mas também cidadãos mais confiantes, empáticos e preparados para atuar em um mundo globalizado. 

 

 

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